sábado, 25 de setembro de 2010

Narrativas do Dilúvio - Origem comum dos povos

[The Ark, silleydreemer on deviantART]

Origem comum dos povos

Todos os povos referem o dilúvio e atribuem-lhe causas míticas, sempre diferentes. Isso prova: primeiro, que o dilúvio universal é fato incontestável. A seguir: cada povo lhe deu interpretação de acordo com as circunstâncias do meio em que vivia e do estádio de civilização em que se encontrava. Porque nenhum poderia ter achado para ele causalidade científica. Hoje, encontra-se uma. Existe analogia entre as distâncias dos planetas pertencentes ao sistema solar de que faz parte a Terra; exceto quanto à interposta entre Marte e Júpiter. Supõe-se que existiu aí outro planeta, desfeito por um cataclisma e transformando nos asteróides, mais ou menos recentemente descobertos[1]. Perdida a atração desse planeta sobre os outros, quebrou-se momentaneamente o equilíbrio universal, dando como consequência, na Terra, o dilúvio, catástrofe caracterizada pela água simplesmente porque ela constitui o elemento epidérmico dominante do nosso planeta, sendo ao mesmo tempo o mais móvel. Documentos palpitantes da grande convulsão existem em toda parte de todas as partes do mundo: bizarrias e extravagâncias chocantes ou encantadoras; defeitos de construção impossíveis de ser atribuídos ao Supremo Arquiteto sem grave ofensa; extensões compactas de continentes, tornando difícil a penetração, e enxames de ilhas e ilhotas, muito mais tratáveis se aglutinada num só conjunto.

Nem o dilúvio universal é o único fato real com explicações legendária ou mítica. Aconteceu a mesma coisa todas as vezes que os povos tiveram de explicar fenômenos impressionantes pela grandiosidade. Não explicáveis pela ciência contemporânea, tinham de sê-lo pelo sobrenatural, dele se apossando as religiões, geralmente como prova do descontentamento e do mau gênio da divindade, e só os cedendo à ciência mui tardiamente, ainda assim em troca de anátemas, de castigos inquisitoriais e excomunhões plenas. No Cristias de Platão, vemos a cólera divina submergir todo um continente – a Atlântida – por causa da magia negra, ali praticada sem medida. O bispo Tollerant refere tremor de terra que destruiu o istmo ligando a Europa à África – origem do mito das Colunas de Hércules, bem parecido com o de Monte Alverne, rachado ao meio por um terremoto, mas atribuído pela crendice ao mesmo fenômeno manifestado em Jerusalém à hora da crucificação de Jesus. (...) [2]

(Amaral, Luís. A América antes dos europeus. Biblioteca do Espírito Moderno, série 3ª. História e Biografia. Vol. 43. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1946.)



[1] Conforme período da publicação.

[2] Texto adaptado para a ortografia corrente. Foi mantida a sintaxe original.

A caixa de Pandora

[Image Pandora by Pygar on deviantART]

Zeus ordenou que Hefesto criasse Pandora como castigo à humanidade pelo roubo do fogo por Pormetheus. Pandora abriu a caixa, libertando todos os males no mundo. Quando ela fechou novamente, somente a esperança permaneceu.

Vou abrir minha caixa

Uma caixa de guardados

Onde sonhos e lembranças

De outroras e agoras

Têm lugar.

Vou abrir minha caixa

Nela vou mergulhar

E rever brincadeiras

Cantigas e lendas

De um passado feliz

Vou abrir minha caixa

Vou chorar, vou sorrir

Vou querer nesse instante

Que tudo mais pare

E aí

Vou fechar minha caixa

E não vão mais abrir...

Lu Sousa, 25/10/2007

Blog do Berg: Intolerância

Blog do Berg: Intolerância: "O fantasma das torres, de Jorge Cardoso Recentemente, assisti a um filme chamado Intolerância (1916), do diretor D. W. Griffith. O fil..."

Blog do Berg: Da queima de dois livros.

Blog do Berg: Da queima de dois livros.: "Na semana passada, fizemos alguns comentários sobre intolerância. Durante esta semana, soubemos de..."

sábado, 11 de setembro de 2010

Série Deuses - Zeus

[Arte Zeus - Greek Gods, de Isikol]

Curso de Mitologia Turma 12

[Foto Prometheus, de Rechina]

Depois de ansiosa espera, o Grupo Paideia deu início hoje à décima segunda turma do Curso de Mitologia. Na abertura, Mística do Caos multimidiática. Sensacional! Alunos vibrantes, empolgados, apaixonantes. Momento de celebração. A presença de ex-alunos, amigos do grupo e do curso, abrilhantou o curso. Entre as pérolas, Bruno Pessoa, Fernada Lima, Glaudiney Mendonça, Rafaela e Zulmar, eterna Emília.
Vencemos o cansaço, a fome e partilhamos daquilo que tanto amamos: os mitos, vivos, eternos...
Que os próximos encontros sejam tão entusiásticos quanto o dessa manhã. Que mais e mais possamos agregar pessoas em torno deste unvierso rico, belo, mágico, fascinante: o universo mítico.
Assim seja!